Composição de 1935 (Estimado, se atribuído)

Rir

Letra

Rir, não se ri de quem padece
Sofre, meu coração sabe dizer
Ri, quando vê alguém chorar
Deus é justo e verdadeiro
Por quem eu tenho chorado
Tenho fé em me vingarÀs vezes é um sorriso
Que acompanha uma esperança
Outras vezes é um riso
Que provoca uma vingançaRir, não se ri de quem padece
Sofre, meu coração sabe dizer
Ri, quando vê alguém chorar
Deus é justo e verdadeiro
Por quem eu tenho chorado
Tenho fé em me vingarMeu juízo se revolta
Quando vejo alguém zombar
O mundo dá muita volta
Quem zombou pode chorarRir, não se ri de quem padece
Sofre, meu coração sabe dizer
Ri, quando vê alguém chorar
Deus é justo e verdadeiro
Por quem eu tenho chorado
Tenho fé em me vingar

História da Canção

Como historiador especialista em Noel Rosa, é crucial abordar a autoria da canção 'Rir'. É importante notar que esta letra específica não se encontra na discografia oficial e pesquisada de Noel Rosa. A obra mais conhecida com este título e tema, 'Rir', foi composta por Alcyr Pires Vermelho e Jair Amorim, e imortalizada na voz de Orlando Silva em 1941.

No entanto, se hipoteticamente considerássemos esta letra como uma criação de Noel Rosa, ela nos revelaria uma faceta mais séria e moralista do Poeta da Vila. Enquanto Noel era frequentemente celebrado por sua ironia sagaz, sua observação perspicaz do cotidiano carioca, da malandragem e dos dilemas amorosos, esta letra aprofunda-se em temas de justiça, retribuição e indignação contra a zombaria e o sofrimento alheio.

Em um Brasil que passava por intensas transformações sociais e políticas nos anos 1930 – com a consolidação do rádio, a urbanização e as tensões do período Vargas – a sociedade frequentemente debatia questões de ética, moralidade e as consequências dos atos individuais. Se Noel tivesse assinado 'Rir', a canção poderia ser interpretada como uma reflexão profunda sobre a crueldade humana e a esperança em uma justiça maior, talvez inspirada por iniquidades sociais ou por experiências pessoais de desdém e sofrimento vivenciadas na boemia. A convicção de que 'o mundo dá muita volta' e que 'quem zombou pode chorar' ressoa um fatalismo moral presente em diversas camadas da população da época.

É um exercício intrigante imaginar Noel Rosa, conhecido por sua leveza e humor, explorando um tema com tamanha carga de indignação e fé na retribuição. Contudo, sem comprovação de sua autoria, esta análise permanece no campo da interpretação hipotética.

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