Composição de 1936

A razão dá-se a quem têm

Letra

Se meu amor me deixar
Eu não posso me queixar
Vou sofrendo sem dizer nada a ninguém
A razão dá-se a quem temSei que não posso suportar
(Se meu amor me deixar)
Se de saudades eu chorar
(Eu não posso me queixar)
Abandonado sem vintém
(Vou sofrendo sem dizer nada a ninguém)
Quem muito riu chora também
(A razão dá-se a quem tem)Se meu amor me deixar
Eu não posso me queixar
Vou sofrendo sem dizer nada a ninguém
A razão dá-se a quem temEu vou chorar só em lembrar
(Se meu amor me deixar)
Dei sempre golpe de azar
(Eu não posso me queixar)
Pra parecer que vivo bem
(Vou sofrendo sem dizer nada a ninguém)
A esconder que amo alguém
(A razão dá-se a quem tem)Se meu amor me deixar
Eu não posso me queixar
Vou sofrendo sem dizer nada a ninguém
A razão dá-se a quem tem

História da Canção

Composta por Noel Rosa, "A Razão Dá-se a Quem Tem" foi gravada pela icônica cantora Aracy de Almeida em 1936, no auge da 'Era de Ouro' do rádio e do samba carioca. Esta canção revela uma faceta mais melancólica e resignada do 'Poeta da Vila', contrastando com algumas de suas obras mais irônicas ou bem-humoradas.

A letra explora a dor do amor não correspondido e a resignação diante do abandono, onde o eu-lírico se entrega ao sofrimento sem reclamar, submetendo-se à máxima popular que dá nome à canção: "A razão dá-se a quem tem". Essa frase, no contexto da música, pode ser interpretada como a impossibilidade de reclamar ou de ter 'razão' quando se está em uma posição de desvantagem emocional ou social, reforçando a ideia de um sofrimento silencioso e pessoal.

A música reflete a habilidade de Noel em capturar sentimentos universais, disfarçando a vulnerabilidade sob uma aparente aceitação do destino. É uma janela para o cotidiano sentimental do Rio de Janeiro da década de 1930, onde as relações amorosas eram frequentemente permeadas por complexidades e desilusões, e o samba servia como um espelho para essas experiências humanas.

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