Linda pequena
Letra
A estrela d'alva No céu desponta E a lua anda tonta Com tamanho esplendor E as moreninhas Pra consolo da lua Vão cantando na rua Lindos versos de amorLinda pequena Pequena que tens a cor morena Tu não tens pena de mim Que vivo tonto com o teu olharLinda criança Tu não me sais da lembrança Meu coração não se cansa De sempre e sempre te amar
História da Canção
“Linda Pequena” é uma das joias românticas do repertório de Noel Rosa, o imortal “Poeta da Vila”, lançada por volta de 1933. Em um período onde Noel já consolidava sua fama como cronista musical do Rio de Janeiro, ele demonstrava sua versatilidade ao transitar entre a observação social e o lirismo amoroso.
A canção é um belo exemplo da capacidade de Noel de construir paisagens poéticas. Inicia-se com um cenário bucólico e idealizado – a estrela d'alva, a lua tonta e as moreninhas cantando versos de amor na rua –, para então focar na intensa admiração pela figura feminina central. A “linda pequena” de cor morena é o objeto de um amor tão profundo que o eu-lírico se declara “tonto com o teu olhar” e incapaz de “sair da lembrança”.
Apesar de não ser uma de suas composições mais conhecidas por eventuais polêmicas ou pela ironia mordaz que caracterizava outros sambas, “Linda Pequena” ressoa pela sua doçura e pela expressão sincera de um sentimento apaixonado, com um toque de melancolia na súplica “Tu não tens pena de mim”. Ela reflete o lado mais terno de Noel, mostrando que o mestre da crônica urbana também era um exímio compositor de serenatas modernas, capazes de eternizar a beleza e o encanto do amor.
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