Composição de 1934 (aproximado)

Até amanhã

Letra

Até amanhã se Deus quiser
Se não chover eu volto pra te ver
Oh, mulher!
De ti gosto mais que outra qualquer
Não vou por gosto
O destino é quem querAdeus é pra quem deixa a vida
É sempre na certa em que eu jogo
Três palavras vou gritar por despedida:
"Até amanhã! Até já! Até logo!"O mundo é um samba em que eu danço
Sem nunca sair do meu trilho
Vou cantando o teu nome sem descanso
Pois do meu samba tu és o estribilho

História da Canção

"Até Amanhã" emerge do cotidiano boêmio da Lapa nos anos 1930, um cenário onde as despedidas eram tão comuns quanto os reencontros na manhã seguinte. Embora não seja uma das composições mais celebradas ou de grande polêmica na vasta obra de Noel Rosa, esta canção captura a essência da fluidez dos relacionamentos no universo do Poeta da Vila.

Imaginar Noel Rosa deixando uma casa de cômodos ou um botequim ao amanhecer, com a promessa de retorno condicionada à rotina ('se não chover eu volto pra te ver'), é pintar um quadro fiel à sua vida. A letra, aparentemente simples, revela a filosofia do malandro que não se prende por completo, mas valoriza o afeto. 'De ti gosto mais que outra qualquer' é uma declaração sincera dentro de seu próprio universo de amores voláteis, onde o 'destino é quem quer' serve como uma justificativa poética para os idas e vindas da vida.

A metáfora do 'mundo é um samba em que eu danço' e a amada sendo o 'estribilho' do seu samba são marcas inconfundíveis do estilo de Noel, que via a vida e o amor inseparavelmente entrelaçados com a música. A despedida aqui não é definitiva, mas um 'Até amanhã! Até já! Até logo!' que reflete a esperança do reencontro iminente, característica da leveza e do charme com que Noel abordava as relações humanas e o fluir da vida carioca. É um retrato íntimo de um compromisso leve, mas verdadeiro, com a vida e com a melodia que a embala.

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