Amor de Parceria
Letra
Saiba primeiro Que fulano é meu amigo! E com ele eu não brigo Com ciúmes de você!Você provoca Briga entre rivais! Para depois ver nos jornais Seu nome, seu clichê!Há muito tempo Meu amigo já sabia! Que você me oferecia Chocolate no jardim! E começou a nossa parceria Eu fui por ele e ele foi por mimVocê pensou que fomos enganados Marcando encontro em dias alternados! E nós fizemos a sua vontade Dentro daquele enredo! Eu e ele não tivemos Prejuízo na sociedade!Quando meu sócio Namorava em seu portão! Eu ficava na esquina Distraindo seu irmão! E quantas vezes, eu perdi a fala Quando estava sem tostão E ele pedia bala!Nós aturamos sua tia implicante! Mas, filamos seu jantar Não pagamos restaurante! Você não sai do nosso pensamento Você foi negócio, foi divertimento!
História da Canção
Os versos 'Eu fui por ele e ele foi por mim' e 'Marcando encontro em dias alternados! E nós fizemos a sua vontade Dentro daquele enredo!' ilustram uma cumplicidade quase profissional na arte da sedução e da exploração de sentimentos. A menção a 'ficar na esquina distraindo seu irmão' enquanto o 'sócio' namora, e o detalhe de 'filamos seu jantar Não pagamos restaurante!', pintam um quadro vívido da necessidade de artimanhas para sobreviver e se divertir na metrópole, muitas vezes sem recursos ('Quando estava sem tostão E ele pedia bala!').
A canção, se realmente fosse de Noel, seria um exemplo notável de sua habilidade em transformar situações cotidianas e moralmente ambíguas em crônicas musicais. Ela revela uma faceta menos romântica e mais pragmática do amor e das relações interpessoais, onde o cálculo e a diversão se sobrepõem à paixão pura. Seria uma peça que, com sua ironia e sarcasmo, provocaria reflexão sobre a malandragem não apenas como um estilo de vida, mas como uma estratégia de sobrevivência e entretenimento na efervescente, mas desafiadora, Lapa daquela época.
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