Composição de 1935

Quem Ri Melhor

Letra

Pobre de quem já sofreu nesse mundo
A dor de um amor profundo
Eu vivo bem sem amar a ninguém
Ser infeliz é sofrer por alguém
Zombo de quem sofre assim
Quem me fez chorar
Hoje chora por mim
Quem ri melhor é quem ri no fimFelicidade é o vil metal quem dá
Honestidade ninguém sabe aonde está
Acaba mal quem é ruim
Pois quem me fez chorar hoje chora por mim
Quem ri melhor é quem ri no fimPobre de quem já sofreu nesse mundo
A dor de um amor profundo
Eu vivo bem sem amar a ninguém
Ser infeliz é sofrer por alguém
Zombo de quem sofre assim
Quem me fez chorar hoje chora por mim
Quem ri melhor é quem ri no fimSabendo disso eu não quero rir primeiro
Pois o feitiço vira contra o feiticeiro
Eu vivo bem pensando assim
Pois quem me fez chorar hoje chora por mim
Quem ri melhor é quem ri no fim

História da Canção

“Quem Ri Melhor” é um samba que exibe a faceta mais cínica e perspicaz de Noel Rosa. Lançada em 1935, esta canção é um testemunho da capacidade do Poeta da Vila de transformar desilusões pessoais em arte universal, com um toque de ironia e vindita.

A letra, aparentemente simples, carrega uma profundidade emocional considerável. Noel, conhecido por sua observação aguçada do cotidiano e das relações humanas, narra a história de alguém que superou a dor de um amor profundo e agora observa o algoz sofrer a mesma dor. A frase central “Quem me fez chorar hoje chora por mim / Quem ri melhor é quem ri no fim” encapsula um sentimento de superação e justiça poética, ecoando um ditado popular que ressoa até hoje.

Noel Rosa viveu em uma era de efervescência cultural no Rio de Janeiro, os anos 1930, onde o samba consolidava sua identidade e o rádio se tornava um meio de comunicação poderoso. Suas composições frequentemente refletiam suas próprias experiências amorosas conturbadas e sua visão muitas vezes desencantada da vida e do amor, como se percebe em versos como “Eu vivo bem sem amar a ninguém / Ser infeliz é sofrer por alguém”. A menção ao “vil metal” como sinônimo de felicidade e à raridade da “honestidade” adiciona uma camada de crítica social e descrença na virtude.

A música é um exemplo primoroso do gênio de Noel em transformar a dor pessoal em uma reflexão universal sobre o destino e as reviravoltas da vida, onde a resiliência e a paciência são recompensadas.

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