Suspiro
Letra
Suspiro anseio secreto Revelação de um afeto Gemer que ninguém traduzSuspiro triste recado De um coração lanceado Da desventura na cruzSuspiro voz da desgraça Voz da alegria que passa Dando lugar ao sofrerSuspiro, o peito se cala Na dor que tanto apunhala Que não se pode dizerSuspiro anseio secreto Revelação de um afeto Gemer que ninguém traduzSuspiro triste recado De um coração lanceado Da desventura na cruzSuspiro que crueldade Tem que nascer da saudade Enquanto o amor quiserEu já dei mais de mil giros E a fonte dos meus suspiros E sempre a mesma mulher
História da Canção
"Suspiro" é uma canção que mergulha nas profundezas da melancolia e do amor não correspondido, temas recorrentes na obra de Noel Rosa. Embora não seja uma de suas composições mais célebres ou gravadas com a mesma frequência que outros de seus clássicos, ela encapsula a habilidade do Poeta da Vila em traduzir sentimentos complexos em versos simples e impactantes.
A letra, um lamento contínuo, utiliza o suspiro como um fio condutor para expressar a dor de um afeto secreto, de um coração "lanceado" e de uma alegria que se esvai, dando lugar ao sofrimento. É uma ode à saudade e à impotência diante de um amor persistente, onde a fonte de toda essa agonia é sempre "a mesma mulher".
Composta provavelmente no início dos anos 1930, período de efervescência criativa para Noel, a canção reflete a face mais introspectiva do sambista. Longe das crônicas sociais ou das ironias sobre o malandro carioca, "Suspiro" revela um Noel Rosa vulnerável, que explora a dimensão universal do amor e da perda, demonstrando a riqueza lírica e emocional que o consagrou como um dos maiores compositores da música brasileira.
Apesar de sua menor proeminência em comparação com sambas como "Com que Roupa?" ou "Palpite Infeliz", "Suspiro" é um testemunho da versatilidade de Noel e de sua profunda compreensão da alma humana, seja nos salões da boemia ou nos recantos da mais pura desilusão.
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