Marcha do dragão
Letra
No dia que flores minhas Juro por Deus, coração Te darei uma cozinha Que vi ali no Dragão!Você é mais conhecido Do que níquel de tostão Mas, não pode ficar mais popular Do que o Dragão!
História da Canção
A "Marcha Do Dragão" é uma joia hipotética da vasta obra de Noel Rosa, que, embora não conste em seus registros oficiais, capta perfeitamente o espírito e a perspicácia do Poeta da Vila. Imaginamos que esta canção teria nascido em algum dos muitos botequins e rodas de samba que Noel frequentava assiduamente em Vila Isabel ou na Lapa, onde o cotidiano e os personagens locais serviam de inspiração inesgotável para suas letras.
A menção ao "Dragão" sugere um ponto de encontro, talvez um famoso bar, restaurante ou até mesmo um cinema da época, que se tornara um verdadeiro ícone na comunidade carioca. Noel, com seu olhar aguçado para as particularidades humanas, utiliza a promessa de uma "cozinha" vista "ali no Dragão" como uma declaração de amor com um toque de ironia, um presente prático, mas com a marca do local que detinha a verdadeira popularidade.
A letra, que afirma que o amado(a) é "mais conhecido do que níquel de tostão", mas não pode ser "mais popular do que o Dragão", é um exemplo clássico do sarcasmo elegante de Noel. Ele brinca com a vaidade individual, colocando-a em contraste com a fama duradoura e inquestionável de uma instituição local. É uma crítica sutil à efemeridade da celebridade pessoal frente à perenidade dos símbolos da coletividade, um tema recorrente na obra de Noel Rosa, que sempre valorizou a autenticidade e a vida simples do povo carioca.
Esta marcha, em sua concepção, reforça a habilidade de Noel em transformar observações mundanas em poesia e melodia, celebrando a boemia e a cultura popular com um humor que permanece atemporal.
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