As Pastorinhas
Letra
A estrela d'alva No céu desponta E a lua anda tonta Com tamanho esplendor E as pastorinhas Pra consolo da lua Vão cantando na rua Lindos versos de amorLinda pastora Morena da cor de madalena Tu não tens pena De mim que vivo tonto com o teu olharLinda criança Tu não me sais da lembrança Meu coração não se cansa De sempre, sempre te amar
História da Canção
“As Pastorinhas” é um clássico atemporal da obra de Noel Rosa, lançado no fervor da década de 1930, um período dourado para o samba e para a cultura radiofônica no Brasil. Noel, conhecido como o “Poeta da Vila”, era mestre em descrever o cotidiano carioca, as paixões e as nuances da vida boêmia, e esta canção é um exemplo primoroso de sua sensibilidade lírica.
A letra, que evoca imagens bucólicas e uma paixão quase ingênua, começa com a descrição poética da natureza – a estrela d'alva, a lua tonta – e a canção das pastorinhas, elementos que servem de prelúdio para a declaração de amor do eu-lírico. A figura da “linda pastora, morena da cor de Madalena” é central, e a súplica “Tu não tens pena de mim que vivo tonto com o teu olhar” revela a intensidade de um amor que beira a devoção e o desespero.
A canção rapidamente se tornou um sucesso, solidificando ainda mais o nome de Noel Rosa como um dos maiores compositores da música brasileira. Ela reflete a capacidade de Noel de transitar entre o cômico e o romântico, o urbano e o idílico, sempre com uma linguagem acessível e profundamente poética. A sua melodia envolvente e a simplicidade de sua narrativa contribuíram para que “As Pastorinhas” se tornasse uma das obras mais queridas e regravadas do repertório de Noel Rosa, perpetuando seu legado para as futuras gerações.
Tópicos Relacionados
Conheça outras obras
Mais crônicas e versos do Poeta da Vila o aguardam no acervo.
Explorar o Acervo Completo