Composição de 1935

Lataria

Letra

Diálogo inicial
Almirante: Como é, pessoal
Vamos fazer uma batucada?
João de Barro: Vamos embora, mas cadê o pandeiro?
Eduardo souto: Pandeiro nada!
Lata veia tá aí à beça
João de barro: Isso mesmo. Vamos
Fazer um batuque de lata veia!
Todos: Vamos embora!Já que não temos pandeiro
Pra fazer nossa batucada
Todo mundo vai batendo
Na lata velha e toda enferrujadaAlmirante
Pra poder formar no samba
Para entrar na batucada
Fabriquei o meu pandeiro
Com lata de goiabadaNoel Rosa
Sai do meio do brinquedo
Não se meta, dona Irene
Porque fiz o meu pandeiro
De lata de queroseneAlvinho
Ando bem desinfetado
Só porque, minha menina
O meu tamborim foi feito
De lata de creolinaJoão de Barro
Escuta bem, minha gente
Repara bem pelo som
E depois vocês me digam
Se meu instrumento é bom

História da Canção

A canção "Lataria" é um vibrante retrato da criatividade e do espírito improvisador dos sambistas cariocas durante a década de 1930. Nascida em um contexto de dificuldades econômicas, a música exemplifica a arte de transformar o ordinário em extraordinário, utilizando latas velhas e enferrujadas como instrumentos musicais.

As letras, que se desenrolam como um diálogo descontraído, reúnem figuras icônicas da música brasileira como Almirante, João de Barro (Braguinha), Eduardo Souto e o próprio Noel Rosa, cada um descrevendo o seu "pandeiro" ou "tamborim" feito de latas de goiabada, querosene e até creolina. Essa brincadeira musical não só demonstra a genialidade desses artistas, mas também celebra a capacidade do samba de florescer mesmo nas condições mais humildes.

"Lataria" transcende a simples melodia; é um manifesto da boemia carioca, da camaradagem entre os músicos e da alegria contagiante que surge da pura paixão pela música. A canção se tornou um clássico por capturar a essência da improvisação e da inventividade que moldaram o samba no Brasil.

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